A Pousada Rainha dos Anjos foi registrada no dia 12 de abril de 2007, mas a sua história não teve início a partir deste registro. Mais do que o desejo de realizar um sonho e propiciar a independência financeira do seu proprietário,ela foi erguida com o propósito de ampliar a rede de hotelaria do Município de Mariana, gerar emprego e ter um diferencial em relação ao atendimento às pessoas, o que ainda é precário no município, tendo em vista os comércios locais.
Para o seu proprietário, Edson Antônio de Almeida, erguer um patrimônio deste porte, não era cogitado nem em sonho,pois este teve uma infância de inúmeras dificuldades, inclusive financeira.
Ele morava em uma casa de onze cômodos que era dos seus avôs, juntamente com seus pais, quatro irmãos e mais quatro famílias distintas, sendo tios e primos. Cada família residia em um quarto da casa que possuía um total de cinco quartos, sendo o restante dos cômodos destinados a outros fins, como banheiros, salas, despensa e cozinha. Mais tarde, estas famílias foram adquirindo o seu próprio patrimônio e desocupando a moradia que passou a ser apenas da família dele, mas não em registro, pois a casa ainda pertencia a toda família.
Essa era a grande preocupação da sua mãe, pois na sua falta os filhos ficariam desamparados, sem um lar próprio para morar, ainda em vida chegou a conversar com alguns dos parentes solicitando a doação da casa para os seus filhos, tendo em vista que todos já possuíam moradia própria, mas a mesma não chegou a ser realizada, pois sua mãe veio a falecer repentinamente.
Com o falecimento de sua mãe, ele e seus irmãos não tinham tempo de pensar em mais nada, a não ser se dedicar a saúde do pai que já se encontrava acamado há alguns anos; percebendo que não tinha muito tempo de vida o seu pai reuniu parte da família e solicitou que os mesmos transferissem a casa para os seus filhos, pois temia que com a sua partida os filhos ficassem desamparados, mas isto não aconteceu há tempo, pois dias depois ele também veio a falecer.
Desamparado e órfão, ele se deparou com uma grande responsabilidade, pois estava juntamente com os seus irmãos sem um lar próprio para morar; foi quando teve a iniciativa de garantir este amparo. Como todos da família já possuíam moradia própria e eles moravam na casa de favor, solicitou dos parentes a doação da moradia para ele e seus irmãos, conforme seus pais haviam pedido em vida. Foi o início de muita luta e sofrimento que durou mais de um ano, pois alguns parentes concordavam em doar e outros não. Porém, no final, através de muito apelo e persistência de um lado, e solidariedade de outro, a doação foi realizada e ele teve de juntar cerca de trinta assinaturas para legalizar a situação; não foi fácil, mas a casa passou a ser dele e de seus irmãos.
Com o tempo a situação foi melhorando, tanto para o Edson como para os seus irmãos que conseguiram empregos e foram adquirindo certa estabilidade.
Como a casa possuía um terreno bem grande, foi feita uma coberta, visando construir, ainda que precariamente, algumas garagens para alugar. Foi um investimento que gerou subsídios para melhorar ainda mais a vida deste jovem e de seus irmãos.
Tempos depois, sonhando em ter uma morada independente, abriu mão de sua parte na casa, recebendo de seus irmãos um lote no próprio terreno, onde construiu a sua moradia. Esta possuía um grande terraço que quase não era utilizado, foi então que um conhecido próximo, proprietário de uma pousada local sugeriu que ele fechasse este terraço, dividindo-o em suítes para ser alugado, o que iria gerar uma renda extra.
Como o Edson sempre sonhou em trabalhar independentemente, começou a amadurecer a idéia, mas ainda sem a certeza do que iria construir. Às vezes se deslocava para a capital Belo Horizonte, nos finais de semana, em busca de uma idéia de algo que não tivesse no município de Mariana para poder dar início a construção.
Ele sonhava em adquirir o restante do terreno para construir algo mais amplo, e com o passar dos anos conseguiu, comprou na mão de seus irmãos o restante do terreno onde se localizava a sua casa. De início reestruturou a área e construiu um estacionamento com capacidade para vinte veículos, mas o sonho em adquirir a sua independência financeira ainda ecoava em sua mente.
Foi então que decidiu seguir a idéia dada por esta pessoa que já era proprietário de uma bela pousada local, fechou o terraço de sua casa e construiu sete suítes, todas modernas e mobiliadas, mas as condições ainda não eram favoráveis para erguer uma pousada, pois não havia local para restaurante e outros pré-requisitos que uma pousada exige. Foi então que alugou mensalmente todas as suítes e as garagens com a intenção de adquirir verba para a construção da futura pousada, que neste momento já fazia parte de seus planos futuros.
Destinando toda a renda dos aluguéis à construção da pousada, hoje ela faz parte de sua realidade; edificada com muita dificuldade, se localiza em uma das mais antigas ruas da cidade de Mariana, o que a torna ainda mais atraente devido ao fácil acesso ao patrimônio histórico local.
A sua nomenclatura é uma bela homenagem de seu proprietário à Igreja de Nossa Senhora Rainha dos Anjos, situada ao lado, que faz parte do grande patrimônio histórico da cidade de Mariana.
Hoje, com o patrimônio erguido, o seu proprietário não visa simplesmente o lucro, pois o primordial para ele é a satisfação de todos que procuram o estabelecimento, por isso ele prima em proporcionar aos hóspedes um atendimento diferenciado dando ênfase ao profissionalismo e competência, mas não se esquecendo jamais o lado humano no tratamento interpessoal que se fundamenta na receptividade, simpatia e alegria ao se relacionar com as pessoas.
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